Histórico

O Ninho Sansacroma é um complexo cultural sede da Cia Sansacroma há dois anos e está inserido em uma região da cidade de São Paulo (extremo sul: Jd. Ângela, Capão Redondo, Jd. São Luiz e Campo Limpo).

O percurso da construção e idealização do prédio é um resumo de algumas histórias e de um pouco de utopia. Em 1997, Denílson Shikako, idealizador decidiu construir um espaço que incentivasse a produção de idéias, que estimulasse pelo lúdico e democratizasse a cultura, tornando acessível a todos toda forma de arte. Com parcerias, o projeto foi tomando forma. Depois de oito anos em construção, em março de 2005, o prédio foi inaugurado. Uma estrutura completamente conceitual. Durante os anos, contudo, muitos percalços tentaram interromper o nascimento do projeto, principalmente o menos esperado. Um assassinato. Em 2000, Denílson Shikako perdeu o pai vítima de um assalto nas proximidades do prédio. O pensamento da família foi o de sair do país. Mas as raízes já plantadas na favela do Jardim Amália – Capão Redondo se fortificaram pelo estresse e sustentaram o que começara a ser construindo.

O projeto aconteceu de forma efetiva durante dois anos através de cursos e oficinas livres em arte, porém, a falta de apoio e recursos financeiros fizeram com que Denilson Shikako cogitasse a venda do prédio. No mesmo período a Cia Sansacroma que era parceira do projeto, estava à procura de um espaço para implantar o Ninho Sansacroma que era um dos objetivos centrais do projeto: Canal que foi contemplado pelo 6ª Edição do Programa Municipal de Fomento a Dança para cidade de São Paulo. A partir disso, Denilson Shikako alugou o espaço para Cia Sansacroma por um período de um ano, com isso, Fábrica de Criatividade passou a se chamar Ninho Sansacroma. O prédio passou por diversas reformas, focando é claro a criação de um espaço cênico com a capacidade de 90 lugares. Devido ao sucesso e realizações do projeto, Denilson decide então emitir uma concessão por tempo indeterminado a Cia Sansacroma através de sua idealizadora e diretora artística Gal Martins.

O Ninho Sansacroma adota uma postura que favoreça o diálogo intercultural entre a produção local e a produção artística presente no circuito paulistano, produzindo com isso uma agenda intensa e diversificada dentro das linguagens das artes do corpo. Os eventos são sempre gratuitos, o que amplia a possibilidade de acesso e promove a democratização cultural. No entanto, o Ninho Sansacroma entende o acesso como algo mais amplo e mais complexo.

São diversos os fatores que influem na possibilidade de acesso. Existem fatores geográficos, arquitetônicos, financeiros, psicológicos, atitudinais, entre outros. O processo aplicado pelo Ninho foca os três momentos do processo de democratização: divulgação (relacionamento com instituições, movimentos culturais e comunidades locais, noticiar os eventos, distribuir panfletos, fazer visitas domiciliares, estabelecer vínculo com os usuários, etc.), acessibilidade (pensar no meio de transporte e locomoção dos usuários, eliminar barreiras arquitetônicas ou pensar em soluções para superá-las, superar barreiras educacionais e atitudinais, etc.) e permanência (cuidar da boa relação entre a comunidade e o Ninho, abrir espaços de escuta).

Atualmente além dos trabalhos de pesquisa e ações da Cia Sansacroma, o Ninho abriga sete coletivos, denominados residentes: Cia Diversidança, Saída de Emergência Cia de Dança, Freestyle DS , Cia Máscara, Grupo Malaculá, Coletivo de Dois+1 e Agência Popular de Fomento Solano Trindade.

Deixe um comentário